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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Que Saudade de Minha Infância


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Daquela criança miúda, magrela e descabelada de pés no chão. Vestido de chita descosturado na cintura e rasgado na barra da saia. Abandonada cantarolante, mas sorridente. Um  episodio quase fatal me aconteceu me lembro como se fosse ontem.
Que tinha medo de assombração quando na maioria das vezes ficava sozinha. Os cantos das paredes da casa eram seus refugio.
Que nunca vira falar de papai Noel. 
Acreditava que seria igual a Jesus cristo. Se seguisse boazinha como acreditava que era desde que nasceu. Que dizia que nunca queria ser rica para ficar mais próxima de Deus. 
Pois ouvia falarem na igreja que Jesus Cristo era pobrezinho e bom. Eis a conclusão, que sendo pobre e boa seria santa. Há! Doce inocência.
Que quase não falava palavrão. Falava cão, em acreditar ser um xingamento proibido, e capeta dos infernos, quando tropeçava na pedra e caia ralando os joelhos.
Chorava quando o menino do vizinho dizia que era seu namorado e quando crescerem iriam se casar. Também chorava quando não agüentava de saudade do finado pai; que deus o tenha. E chorava com os maus tratos da tutora. Que mesmo assim á perdoava. Coisa de Deus. Mais tarde com outros tutores, a pobreza era passada. 
Morávamos sempre no meio do mato sem nenhum vizinho por perto.
Meu pai e minha mãe eram garimpeiros nas proximidades da cidade de pirenópolis Goiás,
Um dia fomos todos os sete filhos com meus pais para o rio, ficamos na beira do rio enquanto eles atravessaram para garimpar. Quando eu escorreguei e me afundei, por algumas vezes encostei o pé na areia do fundo do rio, quando eu aproveitava e gritava “mamãe” pressenti que seria minha ultima subida e que seria o meu fim.
Quando me vi salva por meu querido pai, tão magrinho coitado. Senti naquele momento o quão ele era forte, foi o único e ultimo contato físico que eu me lembro, com muito carinho; apesar das circunstâncias.
Lembro-me que eu chorava muito com dores insuportáveis.
Minha Irmã mais velha ficou tão revoltada e brava comigo.
 Por ter levado broncas e interrompido os seus planos de pesca. Que na volta ela foi descontando em mim, fui salva pelo meu irmão.
Que saudade daquela pracinha florida perto de casa, na cidade de Ituiutaba MG, daquelas canções românticas de dar tristeza em crianças.

   Recordo-me de quando quase me aconteceu o pior outra vez. Escapei do guarda pedófilo da praça, que tinha idade para ser meu bisavô. Eu e minha irmã de criação ao invés de voltarmos para casa seguimos em direção um som de parquinho que ouvimos de bem longe; que até imaginamos estarmos vendo a luzinha da roda gigante. Esse longe se tornou longe demais para voltarmos; e muito perigoso para qualquer idade. Eu era franzina com pouco mais de oito anos de idade, e minha irmã quatro anos mais nova e bem crescida. Tentei por varias vezes carregá-la no colo; pois ela chorava muito, mas sempre caiamos. Por nós passavam homens mal encarados molecotes nos zoando, casais a nos recriminar. Uns diziam que eu tinha que carregá-la, pois ela era mais nova e eu era a culpada de estarmos longe de casa. Outros diziam que eu era muito fraquinha, e que ela estava com manha, pois ela me agredia fisicamente e verbalmente. Famílias vindas das igrejas sem ao menos nos dar atenção. Percebi que estávamos chegando à beira do mato. Os poucos moradores se assustaram ao constatar que nós éramos de classe alta, devido as nossas vestes. Mas eu não sabia nosso endereço. Só que era próximo á praça grande e florida. Eu não sabia ler. Comecei á estudar bem mais tarde. Eu era esperta para muitas coisas para outras nem tanto, Outros tempos. Bendita as informações de hoje. Encontramos o caminho de casa com a ajuda do destino. Lembro-me o alvoroço em casa foi grande.
A exaustão de todos foi tão grande que escapei da surra no dia, ou na madrugada.
 É assim que desaparecem as crianças.  







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